Maranhão, 21 de outubro de 2024 – Em Nova Olinda do Maranhão, a recente eleição para a prefeitura foi marcada por uma disputa extremamente acirrada. Ary Menezes (PP) foi eleito no primeiro turno com 50,01% dos votos válidos, enquanto Thaymara Amorim (PL) obteve 49,99%, resultando em uma diferença de apenas dois votos.
Durante a apuração, com 97% das urnas contabilizadas, Thaymara chegou a comemorar a vitória, pois liderava com uma vantagem de 100 votos. No entanto, o resultado final confirmou a vitória de Ary.
Denúncias de Compra de Votos
Após a eleição, alguns eleitores relataram que venderam seus votos em favor de Ary Menezes e alegaram ter recebido ameaças e represálias. Em uma reportagem exibida pelo Fantástico, da Rede Globo, Danilo Santos foi um dos que se manifestaram. Ele admitiu ter sido procurado antes da votação e aceitou vender seu voto.
“Ary Menezes, com Ronildo, Cleo Barros, foram na minha casa para fechar um compromisso”, afirmou Danilo, referindo-se ao vice, Ronildo da Farmácia (MDB), e à aliada Clélia Barros (Republicanos). Ele relatou que solicitou telhas, cimento e madeira em troca do voto e que o trio assegurou que tudo já estava “comprado”.
Contudo, Danilo disse que não recebeu tudo o que lhe foi prometido e, dois dias após a eleição, um caminhão da prefeitura retirou as telhas de sua casa.
Outra eleitora, a pescadora Luciane Souza Costa, também relatou ameaças. Ela decidiu não votar em Ary nem em sua candidata a vereadora após seu marido receber dinheiro pela venda do voto. Luciane gravou imagens de um homem, com a camisa do candidato, ameaçando-a. “Como eu não peguei o dinheiro, foi o meu marido que pegou, e eu postei nos meus Status dando apoio à minha vereadora. Fui ameaçada de morte, eu, meu marido e minhas filhas”, disse ela.
O Outro Lado
Por meio de uma nota, o prefeito eleito Ary Menezes afirmou que “a compra e venda de votos compromete a democracia do pleito e deve ser apurada pela justiça eleitoral”, colocando-se à disposição para esclarecimentos.
Ronildo da Farmácia, o vice-prefeito eleito, negou as acusações, garantindo que tanto ele quanto Ary não ofereceram dinheiro em troca de votos e que a campanha foi conduzida de maneira limpa.
A defesa de Clélia Barros também se manifestou, afirmando que “Clélia não tem conhecimento sobre a captação ilícita de votos apontada na reportagem” e ressaltando que ela sempre pautou sua vida pública pela honestidade e respeito aos pilares da democracia.
As denúncias de compra de votos em Nova Olinda do Maranhão levantam sérias preocupações sobre a integridade do processo eleitoral na região. A apuração dos fatos pela justiça eleitoral será fundamental para garantir a transparência e a confiança nas instituições democráticas.
