Uma pesquisa recente do Datafolha revela que a desaprovação à atuação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) atingiu o maior patamar em anos. Com 36% dos entrevistados classificando o trabalho da Corte como “ruim” ou “péssimo”, a maioria dos brasileiros demonstra insatisfação com o Judiciário. Os dados foram coletados entre 29 e 30 de julho, antes da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, que intensificou ainda mais os ataques à instituição.
O levantamento mostra um contraste marcante na percepção da sociedade:
- Apenas 29% dos entrevistados consideram a atuação do STF “ótima” ou “boa”.
- 31% avaliam o desempenho como “regular”.
- 4% não souberam opinar.
A pesquisa também aponta que 68% dos brasileiros acreditam que o STF prioriza os próprios interesses, em detrimento da população. Essa percepção é um dos principais motores da crescente desconfiança em relação à Corte.
Polarização e ataques políticos aprofundam a crise de imagem
O estudo do Datafolha destaca a profunda polarização política que se reflete na avaliação do STF. A reprovação é esmagadora entre os apoiadores de Bolsonaro, com 81% dos bolsonaristas desaprovando o trabalho dos ministros, e apenas 2% aprovando. Por outro lado, a avaliação é majoritariamente positiva entre os petistas, com 59% de aprovação.
Essa divisão se acentuou após o aumento dos embates entre o Supremo e figuras políticas, especialmente com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Recentemente, a prisão domiciliar de Bolsonaro, decretada por Alexandre de Moraes, gerou uma onda de críticas, com políticos como Luciano Zucco (PL-RS) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) incentivando ataques nas redes sociais contra o STF.
Além disso, a pesquisa revela que a desaprovação subiu significativamente desde março de 2024, quando 28% dos brasileiros reprovavam a Corte. Desde então, a tensão aumentou, culminando na cassação dos vistos americanos de oito ministros do STF. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), autoexilado nos EUA, é apontado como o principal articulador dessas sanções.
