Brasil, 23 de outubro de 2024 – Mesmo inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que será o candidato da direita à Presidência da República em 2026. A afirmação foi feita durante uma coletiva de imprensa, ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), após um almoço com o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Bolsonaro, que foi condenado duas vezes pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023, se tornou inelegível e afirmou ter sofrido perseguição. Questionado sobre a próxima eleição presidencial, ele destacou que o candidato escolhido “é o Messias”, referindo-se ao seu nome do meio, e acrescentou que “o pessoal tem saudade” dele, se considerando o “ex mais amado do Brasil”.
“Quem é o substituto do Lula na política? Não tem. De Bolsonaro? Tem um montão por aí. Eu colaborei formando lideranças, e estou muito feliz com isso. Só fiz um bom governo e o povo reconhece”, declarou.
O governador Tarcísio de Freitas, presente na coletiva, reafirmou que Bolsonaro será o candidato da direita, mas não comentou sobre seus próprios planos para a disputa. “Eu sou monotemático, meu foco agora é a eleição de domingo, 27”, disse.
Essa foi a primeira aparição pública de Nunes ao lado de Bolsonaro desde o início da corrida eleitoral. Embora tenha apoiado a reeleição do ex-presidente e indicado o coronel Mello Araújo como seu vice, Bolsonaro não participou ativamente da campanha. “O que tinha que ser feito da minha parte foi feito. Colaborei da maneira que pude colaborar”, explicou.
Condenações pelo TSE
Em junho de 2023, Bolsonaro foi condenado pelo TSE por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, o que resultou em sua inelegibilidade por oito anos, até 2030. A condenação se deu por conta de uma reunião com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, na qual ele fez acusações infundadas sobre o sistema eleitoral brasileiro. O encontro, que ocorreu em julho de 2022, foi transmitido pela TV oficial do governo.
Além disso, em novembro, Bolsonaro e seu candidato a vice, Braga Netto, foram novamente condenados por abuso de poder político e conduta vedada durante as eleições, devido a irregularidades nos eventos do Bicentenário da Independência em setembro de 2022. A Corte considerou que houve uso eleitoral das cerimônias públicas, tanto no Rio de Janeiro quanto em Brasília.